O Hospital Regional de Canchungo, localizado no norte da Guiné-Bissau, está passando por uma crise severa de abastecimento de água que já se estende por mais de um mês. Essa situação crítica tem dificultado enormemente o trabalho dos técnicos e comprometido a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente os impactos dessa crise, as medidas tomadas pela direção do hospital e as reações de funcionários e pacientes.
Crise de Abastecimento de Água
A falta de água no Hospital Regional de Canchungo tem causado sérias dificuldades operacionais. As cobertas e toalhas utilizadas no hospital não podem ser lavadas, obrigando a direção a buscar soluções alternativas. Para suprir as necessidades diárias, o hospital tem comprado água de terceiros, o que gera um gasto significativo de 40 mil francos CFA por dia.
Tentativas de Solução
Segundo o diretor do hospital, Dr. Estevão Malu, diversas tentativas foram feitas para reparar a eletrobomba danificada, mas até o momento nenhuma foi bem-sucedida. Em entrevista à Rádio Sol Mansi, ele afirmou: "Fizemos diligências para resolver a situação. Contactamos um técnico para o efeito, porém está sendo mais problema que solução. Ele pediu um adiantamento de 300 mil francos CFA, que pagamos, mas até agora nada foi resolvido".
Impacto nos Serviços Hospitalares
A crise de abastecimento tem gerado sérios problemas nos serviços hospitalares. Lavadeiras e pacientes internados lamentam a falta de água para lavar lençóis, roupas e até mesmo para tomar banho. A situação é especialmente crítica, pois o hospital é o maior da região de Cacheu e atende uma grande quantidade de pacientes.
Depoimentos de Funcionários e Pacientes
Uma lavadeira do hospital expressou sua frustração: "Não há lençóis para pôr nas camas dos doentes, pois foram todos usados e não temos água para lavá-los. As toalhas e cobertas usadas estão acumuladas sem poderem ser lavadas devido à falta de água. Não sabemos o que fazer".
Uma acompanhante de um paciente internado também relatou dificuldades: "Estou aqui internada com meu filho há duas semanas e essa situação está sendo difícil. Desde de manhã não temos como tomar banho".
Desafios Financeiros Adicionais
Além do problema da falta de água, a direção do hospital enfrenta uma dívida considerável com a empresa fornecedora de eletricidade, no valor de 700 mil francos CFA. Esse débito adicional complica ainda mais a situação financeira do hospital e limita a capacidade de resolver a crise de abastecimento de água.
Custo Diário de Água
A necessidade diária de compra de água representa uma carga financeira significativa para o hospital. Com um gasto diário de 40 mil francos CFA, os recursos que poderiam ser destinados a outras áreas críticas de atendimento estão sendo usados para suprir uma necessidade básica.
Soluções Potenciais e Ação Governamental
Para resolver essa crise, é essencial que haja uma intervenção rápida e eficiente das autoridades competentes. A assistência do governo e de organizações internacionais pode ser crucial para a resolução do problema da falta de água e para a estabilização financeira do hospital.
Apoio da Comunidade e de ONGs
A mobilização da comunidade local e o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) também podem desempenhar um papel importante na superação dessa crise. Campanhas de arrecadação de fundos e de doações de equipamentos e recursos podem ajudar a aliviar a situação enquanto soluções permanentes são implementadas.
Conclusão
A crise de abastecimento de água no Hospital Regional de Canchungo é um exemplo claro dos desafios enfrentados pelos sistemas de saúde em muitos países em desenvolvimento. A falta de água compromete não apenas a higiene e a limpeza, mas também a dignidade dos pacientes e o trabalho dos profissionais de saúde. É urgente que medidas efetivas sejam tomadas para garantir o abastecimento contínuo de água e para resolver os problemas financeiros que agravam essa situação.
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