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Líderes Partidários Acusam Presidente da República de Interferir na Política para Dividir e Reinar

 O Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), Carlitos Barai, acusou publicamente o presidente da República da Guiné-Bissau de exercer uma interferência significativa nos partidos políticos do país. Durante uma declaração à imprensa, Barai afirmou que a intenção do presidente é dividir e fragilizar as instituições partidárias para consolidar seu próprio poder.

O Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), Carlitos Barai, acusou publicamente o presidente da República da Guiné-Bissau de exercer uma interferência significativa nos partidos políticos do país. Durante uma declaração à imprensa, Barai afirmou que a intenção do presidente é dividir e fragilizar as instituições partidárias para consolidar seu próprio poder.


“Há uma forte interferência do presidente da república nos partidos políticos. Ele quer dividir os partidos políticos, fragiliza-los para poder melhor reinar, mas isso não vai acontecer,” declarou Barai após um encontro entre a direção do PRS e o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15).

Esse encontro, ocorrido na sede nacional do Madem-G15, foi focado na necessidade de fortalecer as relações entre as duas formações políticas, especialmente após a dissolução do Madem-G15 em dezembro do ano passado. A crítica de Barai se alinha a uma crescente preocupação sobre a saúde da democracia no país e o papel que o atual líder exerce nesse contexto.

A Persistência da Democracia

Barai enfatizou a importância de a democracia prevalecer na Guiné-Bissau, independentemente das ações do presidente. O líder do PRS reafirmou a determinação da sua formação política em apoiar o Madem-G15 e encorajou seus membros a estarem preparados para enfrentar os desafios que se apresentam.

“A democracia tem que prevalecer na Guiné-Bissau, quer ou não o Presidente da República. Nós estamos determinados e viemos solidarizar-nos com o Madem-G15 para que estejam firmes e preparados para enfrentar a luta,” acrescentou Barai.

Esta afirmação reflete uma resistência crescente entre os partidos diante do que consideram uma ameaça à sua autonomia. O apoio mútuo entre o PRS e o Madem-G15 pode ser visto como uma tentativa de reverter o que muitos percebem como uma manipulação da política partidária pelo executivo.

Acusações de Intromissão Direta

Além de Barai, o porta-voz do Madem-G15, Abdu Mané, levantou sérias acusações contra o presidente Sissoco Embaló. Segundo Mané, a intromissão do presidente se manifesta na criação de "falsos presidentes" nas forças políticas com assento parlamentar, uma estratégia que visa dividir internamente os partidos.

“Sissoco Embaló tem estado a intrometer-se diretamente na vida política dos partidos. Neste momento, o que está a fazer é dividir para melhor reinar, criar falsos presidentes de outras forças políticas,” afirmou Mané com uma clara indignação.

Essas ações, segundo Mané, configuram uma ameaça à integridade dos partidos e do próprio sistema democrático. Ele expressou que o comportamento do presidente é passível de ser investigado pelo Ministério Público, destacando a necessidade de uma resposta institucional frente a tais intervenções.

Crise Interna nas Forças Políticas

Atualmente, tanto o Madem-G15 quanto o PRS enfrentam uma profunda crise interna, marcada por desavenças e disputas pela liderança. As duas formações são as segunda e terceira maiores no parlamento guineense, e a divisão interna pode erodir suas capacidades de agir de forma coesa e eficaz.

A situação é ainda mais complicada pela realidade de que cada partido conta com lideranças divergentes que, em muitos casos, não reconhecem a autoridade mútua. Esse cenário de fragmentação não apenas prejudica a governança, mas também coloca em risco a estabilidade política do país.

"Estamos vendo a necessidade urgente de uma união sólida entre os partidos, senão, corremos o risco de nos tornarmos irrelevantes em um cenário onde a opressão se torna cada vez mais comum," disse um membro anônimo de um partido que preferiu não se identificar.

As acusações de interferência e fragmentação política na Guiné-Bissau ressaltam os desafios enfrentados por um sistema democrático em crise. À medida que os líderes partidários se organizam em resposta a essas ameaças, permanece a pergunta: até onde estão dispostos a ir para proteger a integridade de suas instituições e da democracia? A necessidade de uma ação coletiva e firme é mais relevante do que nunca. A história da Guiné-Bissau continua a se desenrolar, e suas decisões atuais moldarão o futuro do país.

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