Tensão Política Cresce a Três Meses das Legislativas
A Guiné-Bissau encontra-se num momento de grande agitação política, com as eleições legislativas marcadas para 24 de novembro se aproximando rapidamente. Idriça Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), lançou um alerta contundente, comparando a imposição de eleições neste clima tenso a "acender um fogo" que poderia levar o país a um conflito.
Movimentações Políticas Intensas
Nos últimos dias, temos observado uma intensa movimentação no cenário político guineense:
Principais partidos reúnem seus órgãos internos
Novas alianças são formadas
Antigas parcerias são desfeitas
Essas ações têm como objetivo principal alinhar posições frente ao dilema atual: participar ou não das eleições legislativas de novembro.
Contestações à Dissolução da Assembleia
A maioria dos partidos com representação parlamentar continua a questionar a legitimidade da dissolução da Assembleia Nacional Popular (ANP). Esse grupo ainda não esclareceu se participará das eleições de novembro, mantendo uma postura de cautela e resistência.
"Forçar eleições inúteis, neste contexto, é como se fosse detonar uma bomba e empurrar o país para um conflito" - Idriça Djaló, líder do PUN
Exigência de Eleições Presidenciais
Além da questão das legislativas, a oposição levanta outro ponto crucial:
Invocam a Constituição para exigir eleições presidenciais ainda este ano
O mandato do atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, termina em fevereiro de 2025
Esta demanda adiciona mais uma camada de complexidade ao já tenso cenário político do país.
Desafios Institucionais
Supremo Tribunal de Justiça
Um dos problemas apontados pela oposição é a situação do Supremo Tribunal de Justiça:
Falta de quórum no plenário para analisar candidaturas
Necessidade de eleger um novo presidente para esta instância máxima da justiça guineense
Comissão Nacional de Eleições
O Secretariado executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE) enfrenta seus próprios desafios:
Está caduco há mais de quatro anos
Levanta questões sobre a legitimidade e capacidade de organizar eleições justas
A Posição de Idriça Djaló
Idriça Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), um partido extraparlamentar, apresenta uma visão crítica da situação:
Afirma que a Guiné-Bissau não está em condições de realizar eleições presidenciais ou legislativas
Defende a criação de amplos consensos em todo o país antes de qualquer ato eleitoral
Djaló argumenta que forçar eleições no contexto atual poderia ter consequências graves, potencialmente levando o país a um conflito.
Caminho para a Estabilidade
Diante deste cenário complexo, o caminho para a estabilidade política na Guiné-Bissau parece passar por:
Diálogo entre todas as forças políticas
Busca por consensos amplos
Fortalecimento das instituições democráticas
Respeito à Constituição e às leis eleitorais
Apenas com essas medidas, a Guiné-Bissau poderá evitar o "fogo" mencionado por Djaló e caminhar para um processo eleitoral legítimo e pacífico.
fonte: DW
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