Os Técnicos de Saúde da Guiné-Bissau vivem um momento crítico. Com a insatisfação acumulada ao longo dos últimos anos, o coletivo anunciou uma paralisação nacional programada para os dias 27 a 29 de novembro de 2024 caso o governo não regularize o pagamento de cinco meses de salários pendentes. Este cenário levanta preocupações sobre os serviços de saúde no país, que já enfrentam problemas significativos.
A Ameaça de Paralisação
Os profissionais de saúde, especificamente os técnicos reintegrados, decidiram que, se as condições não forem atendidas, não hesitarão em iniciar a paralisação em hospitais e centros de saúde. A decisão foi formalizada em uma "carta de advertência", apresentada na posse da CFM (Comissão de Funcionários de Saúde), e endereçada ao Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, à Ministra da Administração Pública, Mónica Buaró, e à Secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Maimuna Baldé.
Exigências de Pagamento
Na correspondência, os técnicos manifestam claramente suas demandas. Eles exigem:
O pagamento dos cinco meses de salários em atraso, uma dívida acumulada que afeta diretamente a subsistência dos profissionais.
Explicações sobre a morosidade nos pagamentos, apesar de terem sido contemplados no Orçamento Geral do Estado de 2024.
Os técnicos enfatizam que todas as tentativas de resolver a situação através de canais pacíficos foram infrutíferas. Essa falta de resposta do governo gera frustração e descontentamento.
Um Histórico de Crises no Setor de Saúde
Desde 2021, a saúde pública na Guiné-Bissau tem enfrentado crises recorrentes. A incerteza financeira e a insegurança em relação ao pagamento de salários têm levado a greves e boicotes frequentes. Este cenário não apenas compromete a saúde dos cidadãos, mas também aumenta a pressão sobre os profissionais de saúde.
"Os técnicos de saúde reintegrados se sentem desvalorizados e ignorados em suas necessidades básicas. A situação atual é insustentável."
A luta dos profissionais é por um sistema de saúde que ofereça condições de trabalho adequadas e um salário justo. O medo de uma nova paralisação continua presente, enquanto os hospitais e centros de saúde se veem à beira de um colapso.
Diligências Sem Resposta
A Comissão dos Técnicos de Saúde fez extensas diligências para entender as razões dos atrasos. No entanto, não houve retorno eficaz por parte dos ministérios envolvidos. Essa falta de comunicação ressalta um problema maior dentro da estrutura administrativa do país, onde as reivindicações justas dos profissionais de saúde têm sido sistematicamente ignoradas.
A situação atual levanta questões sobre a gestão e a priorização da saúde pública em uma nação que depende desesperadamente de seus profissionais de saúde para oferecer serviços essenciais à população.
A paralisação prevista pelos Técnicos de Saúde reintegrados é um sinal de alerta para o governo e para a sociedade. É imprescindível que as autoridades tomem medidas imediatas para resolver esta crise e evitar uma interrupção dos serviços de saúde. O diálogo é crucial para restabelecer a confiança e garantir condições dignas de trabalho para aqueles que dedicam suas vidas a cuidar da saúde da população.
"Os profissionais de saúde não podem ser tratados como prioridades secundárias. A saúde é um direito fundamental, e seu valor deve ser reconhecido."
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